segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Talvez...

Mas...e se de repente, como o som
que faz um alfinete ao precipitar,
diante de nós surgir um sentimento?
Como iremos lidar com algo que sem cor
pinta tudo de um colorido indecifrável,
e deixa surgir imagens na tela da vida
jamais vistas, e que jamais desaparecerão?

Talvez soubesse exatamente o que fazer
com tudo isso, talvez com um pincel 
fosse capaz de auxiliar toda essa obra
de arte, ou tentasse desenhar o caminho
por entre ela, para que você andasse.

Ou quem sabe pudesse te guiar no meio disso,
com o som da minha voz, até se achegar a mim,
de sussurro em sussurro você se aproximaria,
ouviria mais que minha voz, mas as batidas,
estas do meu coração que são suas...

No entanto, tudo aquilo que é meu, e é seu,
fez um muro onde toda essa arte se acoplaria,
não por minha vontade, mas lá,
secando por entre pregos e moldura,
estancou a tinta dos sentimentos
num quadro não terminado por nós.

Quem sabe o tempo com seus desatinos,
a rebeldia das paixões joviais,
ou mesmo uma tempestade venha a
desatar da parede aquilo que é vivo,
um super herói cansado de ver desabar
as gotas da dor, retire seus óculos e termine
com o desespero das almas que sofrem...

O senhor do Tempo viesse por nós,
erguesse no patamar de montes longínquos
seu cajado e de lá, sem restrições,
mudasse todo esse emaranhado de ideias
que nos mantém distantes um do outro.

Mas o mesmo senhor do Tempo faria desaparecer
toda a história pintada na tela, tudo o que foi feito,
simplesmente seria sumiço, e negação.
Vida que segue sem conhecimento do que nem foi,

das coisas que poderiam, e descoloridas ficaram,
sugadas pela própria esquizofrenia da correção,
e da mente que nem se abriu, o isolamento de não ser...

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